Quando paramos de dizer "eu te amo"?

Recentemente, observando desenhos infantis, notei que faz muito tempo que eu não digo amar meu pai ou minha mãe, muito tempo que não faço cartões e canto músicas especiais. Sei que muitos de vocês pode dizer o mesmo sobre si e isso me levanta a questão: Quando paramos de dizer "eu te amo"?

Tenho a impressão que, conforme crescemos, nosso coração vai diminuindo e diminuindo até sumir e assim viramos adultos robôs, cópias fajutas do homem de lata. Assim o amor parece uma doença que deve ser escondida para nos livrar do julgamento de outrem. Afinal, esse é o medo, certo? Como os outros vão nos ver a partir do momento que demonstramos afeto tão facilmente? Será que o amor é um defeito tão grande que precisamos reprimi-lo?

Já imagino as justificativas: tempo, dinheiro, prioridades. De fato, crescer é se afastar dos pais em dada medida, seja para formar uma família ou seguir suas ambições. Temos cada vez mais preocupações, menos tempo e o mundo parece nos sugar de um modo assombroso (inclusive, temos vários textos sobre no blog). No entanto, é aquele ditado... "quem quer dá um jeito".
Chega a ser curioso parar pra pensar como temos tempo para tudo o que nos interessa. Saímos com amigos, com os crush, as vezes tem academia ou aulas de X e Y, tudo isso faz parte da rotina e portanto é de se esperar que tenhamos um tempo da nossa semana dedicado a tais atividades. A questão é: porque sua família não faz parte da sua rotina?

Parei para pensar na visão dos pais. Eles cuidam dos filhos (salvo exceções), guardam cartões de dia das mães/pais, vão nas apresentações e de repente o filho cresce. Nas datas comemorativas um "feliz dia", um abraço no natal e outro no ano. Parece bem dolorido, se tornar segunda opção para quem sempre foi sua primeira.

Calma! Não estou dizendo que você não ama seus pais. Eu sei que ama. Muito. Acredito que os seus pais também compreendam a importância que têm na sua vida, como são amados e tudo. Ainda assim, demonstrar é algo essencial. Pode ser um zap, pode ser uma carta, uma ligação ou apenas um abraço, eu tenho certeza que será um momento de felicidade no dia deles.

A vida é muito curta para esquecer de amar e já somos crescidos o suficiente para entender que nada dura para sempre. No fim, Renato Russo estava certo e precisamos amar as pessoas como se não houvesse amanhã porque, na verdade, não há.

Triz