Vida online



Recentemente baixei um daqueles aplicativos que te dizem quanto tempo você gasta, diariamente, no celular e descobri que passo metade do dia olhando essa tela de menos de 6 polegadas. Uma reflexão interessante pensar sobre isso num mundo cada vez mais e mais conectado.
Quando eu tinha um celular de botão, na época anterior ao android, sempre mandava mensagens para minhas amigas mas era toda uma emoção afinal, dependendo do plano, você pagava por mensagem enviada. Não havia o famoso:
Oi
Td
Bem
Com
Vc?
Hoje nós vivemos online. O famoso clichê, não é mesmo? Tirar fotos não para registrar momentos, mas para postar. Ler livros e assistir séries para poder compartilhar os memes referentes. Descrever cada passo no twitter, facilitando os trabalhos dos psicopatas e stalkers (talvez eu assista muito CSI). Tirar um milhão de fotos para os stories porque deus me livre se alguém não souber como foi meu dia.
Não é um problema simples. Para muitos nem chega a ser um problema. Mas, na minha perspectiva, é. Quanto de nossas vidas vamos perder olhando para telas? Se você acompanha o blog já deve ter visto o quanto é complicado se comparar com a vida que os outros postam na internet. Nós deixamos de ver o redor e tudo que resta é o celular, mediador de todas as nossas relações sociais e capaz de, inclusive, nos controlar. Afinal quem nunca saiu de algum lugar apenas porque a bateria estava acabando?
Eu queria fugir disso, dessa vida online. Pensei em ficar um tempo sem celular mas me pareceu tão difícil. Como iria divulgar meus desenhos, acompanhar meus artistas favoritos e compartilhar os textos do blog? Isso me faz pensar que a saída que desejo encontrar não está em fugir dessa conectividade, mas controlar. Lembram quando lançaram os smartphones e, no começo, ninguém passava o dia todo neles? Usavam pra fazer ligações, tirar uma foto e talvez mandar mensagens. Mas a vida acontecia fora deles e eu acho que é assim que deve ser.
Frequentemente vejo pais ignorarem seus filhos ou reclamarem que as pessoas atrapalham enquanto eles mexem no celular. Ou casais que ficam sentados lado a lado olhando para os respectivos aparelhos. Grupos de amigos que vão no bar juntos mas acabam nem se olhando, tamanha vontade de estar conectado. Mas crianças crescem, relacionamentos se desgastam e amigos se afastam. Você está disposto a ser um espectador da sua própria vida e acompanha-la numa rede social?

Triz

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