Resenha: Godzilla (2014)

Não é segredo para ninguém o meu gosto por filmes contestáveis. Isso explica porque ontem reassisti o Godzilla de 2014, que eu já tinha visto no cinema quando lançou. O filme é um show de roteiro ruim e não justificado, atores bons em papéis rasos e uma CGI fantástica (Marvel apenas sonha!). Mas, como sempre, vamos por partes...

Dirigido por Gareth Edwards (Rogue One (2016)), o filme começa em um acidente nuclear no Japão onde morrem algumas pessoas, entre elas Sandra (Juliette Binoche) que deixa para trás um viúvo, Joe Brody (Bryan Cranston), e um filho, Ford (Aaron Johnson). Quinze anos depois as alterações nucleares se repetem e Joe tenta provar que não é um desastre natural, mas uma criatura, embora seu filho, que agora é tenente nos EUA, ache que o pai é um louco com um luto não superado.

A criatura, porém, não é o Godzilla, mas seu rival. É M.U.T.O. (Massive Unidentified Terrestrial Organism / Organismo Terrestre Massivo Não-Identificado), que parece uma barata gigante. De acordo com a GodzillaWiki, os MUTO's aparecem pela primeira vez nesse filme e é interessante essa criatividade, porque apesar de ser uma criatura nova ela faz muito sentido no universo que, além do próprio Gojira/Godzilla, tem outros monstros como a Mothra (uma mariposa gigante) e Ganimes (um carangueijo gigante).

Ambos, Godzilla e MUTO, se alimentam de radiação e no inicio do filme os cientistas dizem que não podem matá-lo porque seria o equivalente a explodir uma bomba atômica e mataria muitas pessoas. Mas depois o exército estadunidense fica querendo matar eles, então eu não entendi nada. Aliás, essa não é a única falha no roteiro. Logo de início os cientistas, Dr. Ishirō Serizawa (Ken Watanabe) e Dra. Vivienne Graham (Sally Hawkins), informam que o MUTO consegue lançar impulsos eletromagnéticos que desativam as redes de comunicação e eletricidade. AINDA ASSIM os militares ficam até o final do filme dependendo dessas coisas para subjugar as criaturas e permanecem sem saber o que fazer quando acabam isolados e sem luz elétrica. De verdade, sabe? Patético!

Além disso o roteiro é aquele clássico: mil morrerão a sua esquerda e direita mas tu não será atingido. É INEXPLICÁVEL como o protagonista está envolvido em todos os eventos e nunca se machuca. Simplesmente ridículo. Não gosto de coisas assim, é ruim demais, então fica aqui o registro do rancor.

Ah! A esposa dele, Elle, é a maravilhosa Elizabeth Olsen e eu amo tudo o que ela faz. Todos os atores do filmes são muito bons, mas dá aquela impressão de pedir para o Caravaggio pintar muro de escola, sabe?

Um ponto positivo foi a CGI. É muito boa mesmo, principalmente quando lembramos que foi lançada 8 anos atrás. Ela ainda se mantém bem atual e isso colabora para dar o tom de ação do filme, mas acho que deve ter sido muito custoso produzir isso em 2014 e por isso em várias cenas eles suprimem a CGI e deixam subentendido que o Godzilla lutou com o MUTO. As lutas do lagarto contra a barata acontecem três vezes e nós só vemos a última, isso é muito chato e decepcionante ao longo da história, ainda que o confronto derradeiro seja muito bom.

Enfim, eu gosto muito de Godzilla e com certeza veria esse filme de novo porque acho divertido e amo o conceito de animais gigantes lutando entre si. Recomendo! Ainda assim, dei 2 estrelas no Letterboxd, porque é ruinzinho. Tudo bem gostar de coisa ruim.

Após o filme descobri que existe uma quantidade absurda de filmes do Godzilla e minha meta é assistir todos, então vou compartilhando por aqui conforme embarco nessa jornada de galhofas e animais bestiais e gigantes.

Fiz uma lista com todos nesse post aqui e vou atualizando conforme assistir.

Até a próxima, sonhem com lagartos. 🐲


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