“O Amante da Rainha”, no original
“En Kongelig Affaere” e em inglês “A Royal Affair”, é um filme dirigido por
Nikolaj Ancel a respeito do reinado de Christian VII da Dinarmarca, no século
XVIII. Eu adorei assistir e, claro, quis contar pra vocês.
O filme tem como ponto de partida
uma suposta carta que a rainha Caroline Mathilde (Alicia Vikander) escreveu
para seus filhos durante seu exílio, contando sobre sua vida desde seu
casamento até o momento em que foi banida. A obra é bastante histórica e me
chamou muito a atenção sobre isso, além de ser uma história “real”. Coloco o real
entre aspas porque, como já era de se esperar, toda a situação histórica é
deverás romantizada na película, mesmo porque nunca se saberá com certeza o que
ocorre quatro paredes (talvez quatrocentas) em um castelo.
Basicamente Christian e Caroline
se casaram sem se amar, como era comum na época, mas o ponto chave é que Christian
possuía alguns problemas mentais e comportamentais aos quais a rainha não
suportava, a convivência deles era insustentável. Eis que, durante uma viagem,
o rei decide incorporar à Corte o médico alemão Johann Struensee (Mads
Mikkelsen, vulgo Hannibal) e ADIVINHA SÓ O QUE VAI ACONTECER NE! Ele se torna o
amante da rainha.
Um dos pontos mais interessantes
do filme é observar o surgimento do Iluminismo na Dinamarca, um reino meio retrógrado
em relação à isso, e que só foi possível devido ao médico e à rainha que,
observando o poder que o primeiro exercia sobre o rei, passou a tentar
manipulá-lo para a criação de leis que beneficiassem mais o povo e menos a
nobreza. É um período de enormes avanços legislativos. Mas, claramente, isso geraria
oposição da nobreza que fez de tudo para derrubar Struensee e Caroline.
Uma coisa que me decepcionou, num
primeiro momento, foi o figurino do filme. Eu esperava algo muito mais “Maria
Antonieta” e não foi o que aconteceu. As vestimentas são bem mais sóbrias e, na
verdade, faz muito mais sentido se você for comparar com as pinturas da época.
Um ótimo figurino.
As imagens também são
maravilhosas e os recortes de cena mantém o expectador atento até o final
devido às reviravoltas e os momentos interessantes. No final do filme eu já
estava apaixonada pelo Struensee e até chorei com o final que ele teve. Além de
ser muito bem retratado o frio jogo de poderes existentes na corte
dinamarquesa.
Ah sim! O filme é dinamarquês e
isso é um ponto muito interessante em se tratando da cultura. Bem sabemos que
existem pontos da cultura que só quem dela participa é capaz de entender e
expressar com maestria. Revela também uma visão patriótica do período de
reinado de Christian VII.
Bom, é isso, espero que vocês
tenham gostado e assistam o filme. Vou deixar também o link de um artigo que
analisa a obra por um viés bem mais acadêmico e mais profundamente.
Triz ♥
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