Meu Eterno Talvez


Ontem foi dia de ver filme e a escolha da vez foi Meu Eterno Talvez (Always be my Maybe), da Netflix. Eu estava muito animada para assistir, o trailer era SUPER engraçado e a história parecia um clássico clichê romântico (o que eu amo!). Infelizmente, Meu Eterno Talvez virou Minha Eterna Decepção.
O filme é protagonizado por Ali Wong e Randall Park e eles são ótimos nos personagens. Apenas achei estranho as cenas onde os dois interpretam a versão adolescente deles mesmos, porque ficam parecendo (e sendo!) duas pessoas de meia idade usando roupas no maior estilo teen. Mas entendo que isso não é algo fácil de evitar, ainda mais considerando a história do filme.

Estranho, né?

Meu Eterno Talvez conta a história de Sasha e Marcus, dois amigos de infância que se afastam completamente após transarem no banco de trás do carro durante a adolescência. Sasha muda de cidade, faz faculdade, abre o próprio negócio e uns anos depois é uma chef famosíssima, com direito a tapete vermelho e revista de fofoca. Marcus fica onde está, trabalhando com o pai e sendo vocalista de uma banda local. Dezesseis anos depois, Sasha volta a sua cidade natal, São Francisco, para abrir um novo restaurante e eles se reencontram. Daí pra frente, é só spoiler...

Esse senhorzinho é Harry (James Saito), pai do Marcus e um dos meus personagens favoritos do longa.

Vamos começar pelas coisas que eu não gostei nem um pouco e encerraremos com os pontos positivos.

O ESTEREÓTIPO DA MULHER BEM SUCEDIDA E INFELIZ
Pleno 2021 e as pessoas ainda escrevem mulheres bem sucedidas que são frágeis no fundo, solitárias, infelizes e sem saber o que querem?? SOS! O problema não é a fragilidade em si, afinal todos somos quebráveis em nossas próprias medidas. Mas esse é o estereótipo para lá de batido que reforça a ideia de que uma mulher não consegue balancear carreira e vida pessoal e/ou usa a carreira para esconder que não sabe o que quer da vida. Acho que já deu, né.
Aliás, se quiser saber mais sobre os estereótipos de mulheres no cinema, eu recomendo ESSE POST do Nó de Oito, um blog maravilhoso!!


A RELAÇÃO DELES É HORRÍVEL!!
Uma relação podre em uma comédia romântica? Temos sim! Eles são o típico casal que se davam super bem na adolescência, mas depois crescem, mudam (ou não, no caso do Marcus), e não têm mais nada em comum, nem mesmo personalidades compatíveis. Sasha é uma celebridade e Marcus claramente odeia esse mundo, as festas de luxo e restaurantes com pratos minúsculos (errado não tá). Ele está completamente acomodado na sua vida, sem ir atrás dos seus sonhos e fumando maconha o dia todo, algo que irrita profundamente Sasha, que sempre busca dar o próximo passo para crescer. O agravante dessa situação é que eles não aceitam e respeitam que o outro tenham um diferente estilo de vida, inclusive grande parte do filme gira em torno dessa questão.


Mas agora vamos falar de coisa boa, vamos falar da nova TEKPIX. hahahah Brincadeira!
O filme tem seus pontos positivos, e um dos que mais chamou minha atenção foi a

REPRESENTATIVIDADE ÉTNICA
O núcleo principal do filme só tem UM personagem branco (falaremos dele mais a frente). O casal, seus ex namorados e família são asiáticos. A família do Marcus é coreana, já a da Sasha não mencionam de que país. Gostei também que eles não são retratados naquele molde restrito e estereotipado aplicados a diversos personagens asiáticos em outros filmes, como por exemplo: o nerd, o tímido e sem tato social, a mãe super controladora e que não fala inglês direito. Todos os personagens são bem autênticos nessa questão de personalidade.
Temos também a Vanessa, a melhor amiga de Sasha, que é uma mulher negra e lésbica. Inclusive ela passa o filme todo com um barrigão e o bebê nasce no fim do filme, o que rende uma cenas engraçadas referente à madrinha dele (mas não vou contar 😶).
Acho que essa atenção à representatividade é muito importante para a diretora, Nahnatchka Khan, que é filha de iranianos e já trouxe muitos elementos não-ocidentais em suas produções anteriores.


KEANU REEVES
Chega a ser engraçado que ele recuse participar de Homem Aranha, Capitã Marvel e Eternos, mas aceite o filme do Bob Esponja e Always be my Maybe. O que de modo algum é uma crítica!
Lembra que eu falei que o trailer me fez rir muito? Então, mas o filme não fez, ele não é tão engraçado assim. A exceção é a parte com Keanu Reeves, que interpreta uma versão caricata dele mesmo, o que rende inúmeras risadas. Essa parte do roteiro foi muito boa e foi um passo importante na história.


Bom, essas foram minhas opiniões sobre o filme. Não me arrependo de ter visto, mas acho que não veria novamente. 
E você? O que achou da obra?

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