Sigo vivendo


Faz tempo que não escrevo. Mas hoje abri meu novo teclado e, pensando em testar a digitação, decidi voltar aqui para compartilhar meus anseios comigo mesma. Isso porque o principal leitor do blog sou eu e tudo bem ser assim.

Estou em um momento criterioso na minha carreira, se é que podemos chamar assim. Após terminar o mestrado e iniciar a vida como professora da rede pública, muitos dilemas e inseguranças se acumularam. Ganho pouco, trabalho muito, não há reconhecimento algum e as condições do ofício estão cada vez mais precária. Qual o intuito de uma redação em que 35 dos 36 alunos copiarão do chat GPT? Qual o intuito de exigirem 3 atividades avaliativas por bimestre quando todos sabemos que a aprovação é obrigatória? Por que estudar 7 anos para ganhar menos de 5 mil ao mês? Por que é tão difícil conseguir emprego em escolas particulares e cursinho?

Com o fim de ano se aproximando pensei muito sobre o que desejo para o meu futuro, quem quero ser e quais as conquistas almejadas. Dinheiro é, sim, importante! Mais do que eu imaginava que seria ao entrar na graduação. Vim de uma família simples e de fato ganho mais do que meus pais jamais ganharam (pelo menos antes dos 40). Mas noto que preciso de um maior poder aquisitivo para realizar sonhos como viajar e ter uma casa. Claro, é possível, mas sacrifícios precisam ser feitos na vida diária para permitir uma semana confortável na Europa e esses sacrifícios não estou disposta a fazer.

Penso em mudar de área. Vale a pena abandonar o sonho (ser historiadora e professora) para buscar um retorno financeiro que, como sempre, não é certeza? Não sei. Não sei.

Como de praxe, tenho mais dúvidas do que respostas e minha escrita se torna uma maneira de visualizar o que me incomoda. Como diz minha mãe: “colocar os pingos nos i’s”.

Chego ao fim da página com o lembrete do que me fez começar a escrever: a parte de quem sou, é parte de mim. Quanto vale a minha essência?

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